quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lisboa




O nosso distrito de Lisboa tem a particularidade e oportunidade de receber a capital de Portugal. 
Lisboa é hoje capital do nosso país e como tal uma cidade diferente das demais. Desde logo pela co-existência de órgãos nacionais com órgãos locais. 
O Governo de Portugal, a Assembleia da República, a residência oficial de Sua Excelência o Presidente da República situam-se em Lisboa. Esta situação cria naturalmente uma dinâmica diferente dos restantes concelhos. 
Sendo hoje uma autarquia liderada pelo Socialista António Costa, Lisboa é uma cidade emblemática nas próximas eleições autárquicas. Após tempos atribulados com saídas a meio do mandato e eleições intercalares, o PPD/PSD deixou de liderar os destinos da capital do País. Com a chefia do Governo e a presença do Professor Cavaco Silva em Belém, Lisboa é para o Partido Socialista o grande pólo de poder. Esta situação deve ser encarada pelo PSD com a devida atenção. 
A existência de um pólo socialista de poder pode servir de contraponto ao nosso Partido. Desde logo, pela projecção mediática de António Costa, putativo candidato a São Bento ou Belém. Para além, de ser hoje o único local de clientelismo socialista, é visto como a Aldeia dos Gauleses no império romano. 
Não nos compete a nós enumerar prioridades, pois consideramos fulcral que o PSD se apresente em todos os concelhos de forma digna e capaz de disputar todas as Câmaras, porém, a cidade de Lisboa tem um impacto que não podemos deixar de entender como além da cidade ou do distrito. 
Com um quadro de 53 juntas de freguesia, Lisboa tem debatido e recentemente aprovou uma reforma administrativa que reduziu o número de 53 para 24. Esta reforma para além da redução de freguesias aproveitou para reforçar os poderes de cada executivo das Juntas. Trata-se de uma situação pioneira no País, que obviamente causou acaloradas discussões e apaixonadas posições, que a Comissão Política Regional cessante acompanhou e promoveu um debate de esclarecimento. 
Com esta alteração no número de Juntas de Freguesia, o PSD vê na “teoria” reduzir o número de executivos que domina. Mas deve concentrar-se na tentativa de capitalizar ao máximo a reforma, apresentando programas ambiciosos para todas as novas Juntas. 
Há um fenómeno, que na linha de preparação para as próximas eleições autárquicas, deve ser tido em conta, que foi o resultado eleitoral de 2009, em que se assistiu a uma deslocalização do voto do Partido Comunista para o Partido Socialista nos boletins para o executivo camarário, permitindo com isso o PS vencer a Câmara, mas a um bom resultado do PCP nas Juntas, dando assim a vitória ao PSD em número de Juntas. 
Lisboa tem uma população de 547 631 habitantes. Uma situação que deve preocupar quem governa a cidade. É uma cidade que recebe por dia na ordem dos 2 milhões de pessoas, para trabalhar, estudar ou passear e que no final do dia vê partir muitos para concelhos vizinhos. Uma situação que se explica pelos preços das casas e rendas, que afastam muitos da cidade. Paralelamente, Lisboa tem um sem número de casas abandonadas, muitas delas da Câmara Municipal e da Santa Casa da Misericórdia, que poderiam e deveriam ser aproveitadas a baixo custo, para atrair jovens que estudam na cidade. 
Nos anos 90 lançaram-se as bases para a reabilitação dos bairros históricos; valorizou-se o património cultural e arquitectónico; recuperou-se toda a zona ribeirinha agora local de lazer e convívio; construi-se a nova ponte Vasco da Gama; reabilitou-se toda a área Oriental para a realização da Exposição Mundial dos Oceanos (1998). À entrada do novo século Lisboa é uma cidade de múltiplos contrastes, moderna e antiga, que fascina os que a visitam.
Assente em serviços e no Turismo, importa destacar os prémios que a cidade conquistou, fruto da sua beleza natural, através da ligação da cidade com o Rio Tejo e da sua “luz natural”. 
Estima-se que a cidade de Lisboa tem cerca de 80 a 90 mil jovens. Este é um número importantíssimo de cativar. Sabemos que nem todos são simpatizantes das nossas cores, mas importa começar a dar sinais de que Lisboa tem estado parada desde que António Costa assumiu funções. É uma cidade sem visão para os jovens, com apostas ao lado em ciclovias ou quiosques na Avenida da Liberdade, mas sem uma política integrada de juventude e dinamismo próprio de uma capital. 
Importa também frisar a existência de uma vereação em Lisboa em total confronto interno, numa coligação “às três pancadas”, que engloba vereadores que quase nem se falam entre si. É urgente aproveitar a desordem do executivo. 
É uma cidade que precisa de ser desafiada e conquistada.







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